O presidente da Câmara de Valpaços, Francisco Tavares, cumpriu a ameaça de não assegurar transporte aos alunos das aldeias onde não concordasse com o encerramento das escolas primárias. Neste momento, os alunos de Água Revés, Canavezes, Possacos e Valverde, estão a ser transportados em táxis pagos pelo Ministério da Educação. Para o PS local, a atitude do autarca é discriminatória. “Afinal as crianças do concelho de Valpaços não são todas iguais. Parece haver crianças de 1ª e crianças de 2ª. Ou seja, se o Ministério da Educação não tivesse assumido responsabilidades, que até não são suas, iniciado o ano escolar há uma semana, as crianças das freguesias de Água Revés, Possacos, Valverde e Canaveses ainda não teriam ido à Escola porque o Senhor Presidente da Câmara decidiu que não as transportava”, critica, a Comissão Política Concelhia do PS, em comunicado enviado ao Semanário TRANSMONTANO. No mesmo documento, os socialistas valpacenses asseguram ainda que “as crianças destas aldeias têm agora acesso a outros equipamentos que não tinham nas suas Escolas, tais como biblioteca, equipamentos desportivos, refeitórios”. E a concluir, alegam que é “lamentável que os responsáveis deste concelho não percebam que as ‘guerras’ e desentendimentos que possam ter com as tutelas e com os Governos, nunca, em caso algum, podem colocar em causa o interesse dos munícipes e neste caso concreto, os interesses e direitos das crianças”.
Confrontado com a crítica da oposição, Tavares considera que tomou a decisão acertada. “Não se trata de discriminação. Nós tratamos todos por igual. Acontece que havia um acordo entre a Associação Nacional de Municípios e o Ministério da Educação no sentido de não ser encerrada nenhuma escola enquanto os centros escolares não estivessem concluídos. Não foi o caso. O centro escolar ainda está em fase de conclusão e o ME manteve a decisão de encerrar as escolas”, esclareceu o autarca, acrescentando que as escolas para onde são deslocadas as crianças não têm melhores condições. “Se dizem o contrário é mentira”, assegura.
Para garantir que não se trata de uma “birra”, Francisco Tavares lembra que em Carrazedo Montenegro, onde o Centro Escolar está concluído, fecharam sete escolas e que ele não se opôs.
in: Semanário Transmontano
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